Cem
Castro Alves
Aluno
(a): ----------------------- Turma: ------------------ Data: ------------------
Avaliação
de Língua Portuguesa
Texto
para as questões de 1 a 5
Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de
verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta
de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e
não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da
metrópole?
Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas
mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas
asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a
mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu
imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece
todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar
um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez
desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos
chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los,
amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava
também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e
pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse
macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar?
Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?
Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça
isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da
mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber
que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o,
dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias,
telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.
(GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de
ler, 31.
São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89)
1 - Ao encontrar um inseto quase morto
em sua mesa, o homem
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
e) não lhe deu muita importância.
2 - O homem interessou-se pelo inseto
porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.
e) era um inseto perigoso e contagioso.
3 - A mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.
e) devido ao cansaço do dia.
4 - Em “Não faça isso com o coitado!”, a
palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) esperança
e) afeição
5 - A presença do inseto na redação do
jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.
e) preocupação com o próximo.
6 – No que se refere ao conceito de
literatura pode-se dizer que
a)
Literatura
é a arte que utiliza a palavra como matéria-prima de suas criações.
b)
Literatura
é a arte que não utiliza a palavra como matéria-prima de suas criações.
c)
Literatura
é a arte que utiliza a música como matéria-prima de suas criações.
d)
Literatura
é a arte que utiliza a palavra como obra-prima de suas criações.
e)
Literatura
é a arte que utiliza a você como matéria-prima de suas criações.
7 – A literatura utiliza a linguagem verbal
para produzir no espectador um efeito estético. Sendo assim, é correto afirmar
que polissemia é
a)
Os
falantes brincarem com a linguagem e produzirem sentidos novos.
b) O uso de dois termos
para designar uma coisa.
c) Uma palavra
substituir outra sugerindo a mesma coisa.
d) Ler e reler uma
palavra
e) A propriedade que uma
palavra tem de produzir diferentes
sentidos conforme o contexto.
8 – Nos textos literários, palavras que
substituem outras palavras, sugerindo relações de sentido inusitadas e possibilitando
uma leitura renovada de algum objeto ou acontecimento chama-se
a)
Polissemia
b) metáfora c) simulacro
d) intertextualidade e)
verossimilhança
9 – Sobre intertextualidade pode-se afirmar
que
a)
Diz
respeito a um emaranhado de textos que, de forma explicita ou implícita,
dialogam na produção e na leitura de textos.
b) Não diz respeito a um
emaranhado de textos que, de forma explicita ou implícita, dialogam na produção
e na leitura de textos.
c) Remete a um estado de
angústia e solidão.
d) É um espaço de
interação estética entre o autor e seu publico.
e) É aquilo que no
conjunto da obre se relaciona de modo coerente.
10 – Explique o que é polissemia, metáfora
simulacro e verossimilhança.
1
c 2 c
3 a 4 e 5 d
6 a 7 e 8
b 9 a
10. Polissemia é a propriedade que uma palavra
possui de produzir diferentes sentidos conforme o contexto.
Metáfora é a palavra que substitui
outras palavras, sugerindo relações de sentido inusitadas e possibilitando uma
leitura renovada de algum objeto ou acontecimento.
Simulacro: algo que não tem estatuto de
verdade.
Verossimilhança: quando algo, no
conjunto da obra artística, se relaciona de modo coerente para a produção de
sentidos.