domingo, 1 de março de 2015

Avaliação de Língua Portuguesa

Cem Castro Alves
Aluno (a): ----------------------- Turma: ------------------ Data: ------------------
Avaliação de Língua Portuguesa

Texto para as questões de 1 a 5

Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?
Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.
(GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31.
São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89)

1 - Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
e) não lhe deu muita importância.

2 - O homem interessou-se pelo inseto porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.
e) era um inseto perigoso e contagioso.

3 - A mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.
e) devido ao cansaço do dia.

4 - Em “Não faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) esperança
e) afeição

5 - A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.
e) preocupação com o próximo.

6 – No que se refere ao conceito de literatura pode-se dizer que
a)     Literatura é a arte que utiliza a palavra como matéria-prima de suas criações.
b)    Literatura é a arte que não utiliza a palavra como matéria-prima de suas criações.
c)     Literatura é a arte que utiliza a música como matéria-prima de suas criações.
d)    Literatura é a arte que utiliza a palavra como obra-prima de suas criações.
e)     Literatura é a arte que utiliza a você como matéria-prima de suas criações.

7 – A literatura utiliza a linguagem verbal para produzir no espectador um efeito estético. Sendo assim, é correto afirmar que polissemia é
a)     Os falantes brincarem com a linguagem e produzirem sentidos novos.
b)    O uso de dois termos para designar uma coisa.
c)     Uma palavra substituir outra sugerindo a mesma coisa.
d)    Ler e reler uma palavra
e)     A propriedade que uma palavra tem  de produzir diferentes sentidos conforme o contexto.

8 – Nos textos literários, palavras que substituem outras palavras, sugerindo relações de sentido inusitadas e possibilitando uma leitura renovada de algum objeto ou acontecimento chama-se
a)     Polissemia     b) metáfora  c) simulacro    d) intertextualidade    e) verossimilhança

9 – Sobre intertextualidade pode-se afirmar que
a)     Diz respeito a um emaranhado de textos que, de forma explicita ou implícita, dialogam na produção e na leitura de textos.
b)    Não diz respeito a um emaranhado de textos que, de forma explicita ou implícita, dialogam na produção e na leitura de textos.
c)     Remete a um estado de angústia e solidão.
d)    É um espaço de interação estética entre o autor e seu publico.
e)     É aquilo que no conjunto da obre se relaciona de modo coerente.

10 – Explique o que é polissemia, metáfora simulacro e verossimilhança.

1 c   2 c  3 a  4 e  5 d    6 a   7  e   8 b   9 a
 10. Polissemia é a propriedade que uma palavra possui de produzir diferentes sentidos conforme o contexto.
       Metáfora é a palavra que substitui outras palavras, sugerindo relações de sentido inusitadas e possibilitando uma leitura renovada de algum objeto ou acontecimento.
      Simulacro: algo que não tem estatuto de verdade.
       Verossimilhança: quando algo, no conjunto da obra artística, se relaciona de modo coerente para a produção de sentidos.